No entanto, as cidades que após se transformarem em espaços industrializados e ter como modo de produção um capitalismo consolidado, começaram a exercer um poder de atração da população rural. Posteriormente um efeito inverso foi produzido pelo crescimento imigratório unido á falta de estrutura urbana, quedas de salários, corte de serviços públicos, e desemprego, produzindo assim, de acordo com Mike Davis um processo de desurbanização, comumente conhecido como favelização.
Outra questão abordada é a relação das áreas rurais e urbanas. O autor cita dois exemplos de como se dão essas relações. No ocidente, o caso que mais se destacou foi o da Inglaterra, onde o campo e a cidade são entidades inteiramente distintas. Os campos são “intocáveis” pela vida das cidades. Já no oriente, um processo de industrialização das áreas rurais acontece todo o tempo, especialmente na China, país de tradições extremamente camponesas.
Como campos de experimentações, o governo chinês criou as chamadas Zonas Econômicas Especiais (ZEEs), de forma a promover uma abertura econômica e cultural para todo o mundo. Uma das mais famosas é a cidade de Shenzhen, que se tratava anteriormente de um pequeno vilarejo onde se cultivava arroz e abrigava comunidades de pescadores. Hoje a cidade tem uma população de cerca de 10 milhões de pessoas e boa parte de sua economia, assim como nas grandes metrópoles do resto do mundo, gira em torno do mercado informal. No caso específico da China a venda de produtos falsificados atrai milhares de compradores e “investidores” de diversas partes. Em contraponto, 100 das 500 maiores empresas do mundo estão lá, alem de inúmeros hotéis, o que atrai cada vez mais ondas imigratórias. Cerca de 90% da população é proveniente de imigrantes.
Enfim, pode-se verificar que o processo de crescimento das cidades é inevitável, no entanto, a forma descontrolada como este processo vem se dando gera cidades muito longe do ideal, nos fazendo questionar se de fato existe urbanização.